19 de setembro de 2011

Muito certo.

E vem, com a fala mansa, o olhar calmo. Difícil não cair na tentação e deixar acontecer. Vem com palavras que tocam o ponto certo, com mãos macias e seguras, com aquele trejeito todo, que só de olhar apaixona. Com o perfume certo, com a roupa certa, com a conversa certa, tudo está tão certo, que alguma coisa deve haver de errado.
E que seja dito. Quando a esmola é demais o santo desconfia.
Todo o perfeito exterior esconde um canalha interior. Estudado e formado na arte do coração partido. Com o talento de fazer mulheres, da sentimental a mais fria e calculista, chorar. Quanto dom ele tem, hãm?
Aparece, enfeitiça, apaixona, e depois que está satisfeito com a brincadeira, some, sem deixar rastros, e o quão bem ele faz isso, é fora do normal.
Sabe aquele seu rolo cafajeste? Ou o seu namorado esperto? Ou até aquele seu amigo com aquele charme todo? Sentiu alguma semelhança? Pois é...
O efeito dele é tão grande, que logo depois, sua vida vira uma monotonia sem sentido. Sua cabeça parece oca, e o seu coração? Ah, ele foi junto com o canalha... ! Não desgrudou dele um só momento.
E depois, quando quer bis, ele volta, pedindo carinho e perdão. E sabe o que acontece? Tudo de novo, sempre, sem mudar nunca, porque toda a mulher tem a esperança que ele mude, mas na verdade quem tem que mudar, é ela!

12 de julho de 2011

desculpa qualquer coisa!

O que podemos fazer quando perdemos alguém e sabemos que a culpa foi total e exclusivamente nossa?
Quando doe, e simplesmente não sabemos o que fazer para estancar a dor, por não haver qualquer tipo de solução?
Ou, quando nos arrependemos, mas, tarde demais, para voltar e fazer algo diferente?
Se alguém souber alguma dessas respostas, favor comunicar, por que, a dor momentânea, parece ser insuperável e insuportável.
Aquele adeus, que você pretendia nunca ouvir, acaba vindo na pior hora possível, e como um chicote, te deixa marcas, e machucados, que ardem se expostos.
Sabe aquele nó na garganta, aquele choro que machuca, aquele coração sentindo falta de algo? É, eu também sei. Sei tanto que, não desejaria nem para o meu pior inimigo.
Tentei me afastar de tudo o que me atrasava, me machucava, me arrasava. Tentei ficar distante de qualquer novo-velho sentimento, mas não adiantou. Toda a luta, só me trouxe para mais perto.
Admito, são dores diferentes, machucados novos, pensamentos e preocupações confusamente recentes, mas os sentimentos, são os mesmos de sempre.
O que se pode fazer, quando a causa de todos os problemas é você? Quando tudo estava bem, até você, e só você fazer alguma coisa para perturbar?
Não era minha pretensão fazer algo para mudar o que nós tínhamos. Mesmo indefinido, era bom. Mesmo com todas as discussões, fazia bem. E agora, sobrou só o que ? A minha culpa, apenas isso. Desculpa qualquer coisa. Desculpa aparecer na sua vida e te atrapalhar, não era a intenção. Desculpa ser uma intrusa, te cobrar coisas e não fazer. Desculpa acabar com a "qualquer coisa" que havia entre nós. Ela foi a melhor "qualquer coisa" que me aconteceu nos últimos tempos.

9 de maio de 2011

"Enfim livre."

Apesar de tudo, ela sussurrou essas palavras em um tom que só ela conseguiria ouvir. Estava arrasada, sim. Ninguém nunca disse que foi fácil superar um coração partido.

Mas, sabe aquela sensação de correntes se quebrando, de uma respiração mais leve, de um corpo mais ameno? Era exatamente isso o que ela sentia.

Não soube o motivo da partida, e na melhor das hipóteses, é melhor ficar sem saber mesmo. O que isso iria ajudar? A concertar seu coração em fiapos? Não. A tê-lo de volta? Nunca mais. A única convicção que ela tinha, era que nunca mais iria passar pelo que passou, nunca iria tentar de novo e fazer o que fez.

E ela tentou. Juro que ela tentou. Uma, duas, três, quatro vezes. Sabe o desgaste do sentimento com o tempo? Ela não sentia. Ia se envolvendo, se envolvendo, e acabava na mesma emboscada maldita, sempre. Nada nunca mudava, muito menos ele.

Todos falavam que ele tinha melhorado, virado um cara direito, que não tinha mais aquele sangue frio e coração de pedra. Mas na verdade, sabe quem melhorou? Ela. Todas as vezes que suas lágrimas caiam, ela sabia, estava certa que isso iria fazê-la mais forte. E sabe? Ela ficou mesmo.

Tecnicamente, ela foi traída, de um modo estranho, mas foi. Traída com palavras, abraços falsos, pedidos que não condizem com o que está acontecendo agora. Mas, emocionalmente, ela estava se sentindo traída todos os dias, quando acordava. Suas pernas, suas mãos, seu coração, e até mesmo seu olhar a traía, quando ela chegava perto dele. Sua mente a traiu, e se apaixonou, denovo e denovo, pelo mesmo idiota que a fez sofrer repetidas vezes.

Mas, dessa ultima vez, nem doeu tanto. Ela nem se machucou muito. Muito menos se humilhou e esqueceu o seu orgulho. E quer saber? Foi até melhor. Quem sabe, hoje, amanhã, daqui um ano, ela encontre quem lhe queira de verdade. Sem primeiras opções ou partidas imediatas e espontâneas. Talvez, ela seja a primeira e única na vida de alguém.

Talvez, mas só talvez, ele perceba o quanto perdeu. E ela perceba o quanto ganhou. A paixão é um jogo justo, no final, tudo se anula, quem sofreu primeiro, ri depois, e quem ri no começo, depois tem seu coração partido em milhares de pedaços, e sem cola para consertar o estrago.

21 de janeiro de 2011

Amor clichê.

Uma multidão. Olhos se encontram. Coração bate acelerado. Mãos suam. Todos ao redor somem. Passos um em direção ao outro. Beijo apaixonado. Felizes para sempre.
Esse é o amor que todos esperam um dia encontrar. Todos aguardam o tão falado amor a primeira vista. O amor clichê. Querem que ele aconteça de uma hora pra outra. Sem tempo para respirar, sem tempo para apresentações, só paixão, amor, abraços calorosos, carinhos apaixonados, beijos que levam aos céus.
Todos esperam isso e esquecem que o amor é mais que apenas um encontro de olhares e corações com crise de taquicardia.
Você pode estar no seu pior dia, com uma chuva maldita caindo, ter sido demitida do melhor emprego que você imaginou, brigado com o namorado e a última coisa que você quer é ver alguém na sua frente. Ai você esbarra em um amigo que fazia anos que você não via. Vocês conversam, trocam celulares para manter contato. Marcam de se encontrar, os dois aparecem com seus respectivos namorados. Vocês conversam, brincam, relembram coisas passadas. E ai, vão embora. Esquecem um do outro.
Um dia, quem sabe, ele liga pra você, dizendo que precisa de uma amiga e que a namorada acabou com ele. Vocês conversam bastante, e você, sem querer acaba se apaixonando.
Acaba com o namorado, e se joga nos braços dele. Mas, e quem disse que ele te ama ?
Ninguém citou em momento algum, que ele disse que está apaixonado por você.
Vocês se afastam. Tentam não lembrar o que aconteceu um dia antes, entre beijos e abraços que ficaram marcados na tua mente.
E ai vai. O fim disso pode ser o amor não correspondido, ou pode ser outro tipo de amor. Mas não aquele lá do começo, em que cito que tudo é uma perfeição, entre olhares e corações sintonizados.
Não digo que o amor é imperfeito, longe disso. Ele é o mais perfeito sentimento que existe. O que é imperfeito são as brigas, o ciúme, os dias de TPM, o futebolzinho com os amigos em troca de ficar com a namorada. E o mais imperfeito nisso tudo, somos nós. Exatamente isso. O que faz o amor, um sentimento particular para cada um, somos nós, que vivemos e erramos. Nós definimos o caminho que ele leva, e não é ele que nos define. Mais por mais imperfeitos que nós sejamos, por mais imperfeito que ele pareça algum dia para você, nós não viveriamos sem amar alguém. É da natureza do ser humano amar.
É também da natureza do ser humano sofrer por amor. Porque quem sabe, um novo amor apareça amanhã, batendo em sua porta e pedindo para entrar em seu coração.

20 de dezembro de 2010

nada esclarecido.

Prezei isto aqui por tanto tempo, que hoje, sinto um arrependimento enorme por não ter vindo aqui frequentemente nesses últimos meses.
Mas o problema é que, eu não sei se eu volto, quando eu volto, e onde toda a minha criatividade se escondeu todo esse tempo. Não quero deixar tudo o que eu lutei tanto para criar, nem abandonar o blog, porque eu gosto, gosto mesmo daqui.
Me sinto tão livre, e tão bem quando escrevo, que é como se eu tirasse uma tonelada das minhas costas.
Pode ser coisa da minha cabeça, ou algo assim, mas alguma coisa bloqueou minha vontade de escrever. Como se o lugar onde antes eu tinha tudo o que eu escrevia guardado, hoje apenas se acha uma névoa chata e fria.
A única coisa que eu quero no momento, é voltar a escrever aqui, só isso.

25 de outubro de 2010

All WE need is love.

Esperamos dias melhores, dias em que mostraremos a algo superior, que nós, seres humanos, podemos ser superiores, superiores a nós mesmos, superiores à nossa ignorância.
Mas nem todos esperam isso. Apenas um grupo restrito de pessoas, querem um mundo melhor, um povo melhor. O resto da população se acomoda, com a situação atual de tudo. Do mundo, das pessoas, da natureza. Se acomodam, com a tecnologia, com o dinheiro, com o material. Mas esquecem que isso é insignificante perante a grandiosidade do mundo acima de nós. Da grandiosidade da população ao nosso redor, e do tamanho do estrago que uma 3a Guerra Mundial pode causar a tudo isso. A tudo o que conhecemos como mundo.
É em momentos como esse, em que paro para refletir sobre o planeta em que vivemos, que fico com uma pontada de inveja dos anos 60, 70. Dos Beatles. Dos Hippies. Do Rock de garagem. Das brincadeiras de criança, de verdade. Do início da MPB.
Apesar de drogas rolando livremente, ou de brigas pequenas rolando por ai, por intrigas geradas entre bandas que estavam começando. Apesar de revoluções motivadas por movimentos civis em favor de negros e homossexuais. Ou ainda da falta de tecnologia. Apesar disso tudo, o mundo parecia mais fácil, mais fácil de viver, as pessoas pareciam ser mais fáceis de conviver. Tudo era complacente, tolerante, honesto.
Eu sinto uma nostalgia chata, pois naquela época, a população defendia a paz, a valorização do ser humano, da natureza, do mundo.
E hoje, o que o povo defende ?
O capitalismo, o materialismo, o petróleo, a política, qual é o melhor salário, qual é a melhor marca, qual o melhor meio de atacar um país inimigo.
Onde está o ser humano, aquele de verdade, que tem coração no lugar de uma pedra ou de uma granada? Que tem um cérebro ao invés de uma caixa registradora? Que é um pouco sentimentalista ao invés de tão racionalista?
Sinto falta do que não vivi, mas sei que era melhor do que hoje eu vivo. Sinto falta do que ninguém dessa geração viveu, e provavelmente nem de gerações passadas. Tenho saudades da paz, da natureza, de um mundo mais calmo, mas coração, mas ao mesmo tempo mais inteligente. Pois hoje o sinônimo de inteligência é esperteza, mas se fôssemos tão inteligentes quanto julgamos ser, pode acreditar, o mundo e as pessoas não seriam o desastre que são hoje.

"Se o homem buscasse a conhecer-se a si mesmo primeiramente, metade dos problemas do mundo estariam resolvidos (...) A insegurança e a frustração o levam à violência e à guerra."
- John Lennon -

4 de outubro de 2010

“O Brasil não é para principiantes.”

Inicío o texto com uma frase de Tom Jobim, e acho que ela diz muito sobre como vivemos hoje. Algumas notícias não nos chocam mais, pois estamos acostumados por morar aqui, e confrontar com isso dia a dia. Mas estrangeiros que vêem tudo de fora, ficam boquiabertos com tamanha falta de ética, respeito e educação que o país tem.

Nascemos em um país de 3º mundo. Vivemos ouvindo notícias sobre pobreza, violência, crises, corrupção, maus políticos.

Em meio a tudo isso, aprendemos a viver em um meio país. Um país com meia educação, com meia economia, com meia cultura, com meia saúde. Nada é completo aqui. Uma parte do país, diga-se sul, é autossuficiente, enquanto a outra mal consegue sobreviver com o que o país inteiro produz.

Fernando Henrique Cardoso, sociólogo e ex presidente da República, afirma “que ninguém se engane: o Brasil é isso mesmo que está ai”.

Após refletir sobre tal julgamento, vindo de alguém que atuou na política do país, e que vem tentando estudar, a pelo menos 50 anos, o Brasil, alguns podem pensar que ele diz que o nosso país não pode mudar, ou que talvez não tenha esta circunstância.

Por outro lado, outros podem pensar que o quadro do Brasil, pode sim ser revertido, mas em suas condições. Ele não pode mudar por conta própria, enquanto políticos roubam, a educação não existe, e o sistema de saúde é falho. O Brasil só muda quando os brasileiros mudarem o todo. O Brasil vai melhorar apenas quando ele for íntegro. Quando todos quiserem viver em uma sociedade justa e igualitária.

Mas nem todos querem isso. Os poderosos, que estão no topo de tudo aqui, não pensam por um segundo sequer em tentar reverter o estado social, econômico e político que o país se encontra. Pois transformando o país, tudo irá virar-se contra eles. De nada adianta só os pobres e miseráveis lutarem por um mundo melhor. O país não vive dos muitos que falam por ai, mas sim dos poucos que agem. O que falta hoje no mercado.