20 de junho de 2010

boom.

Continuo tentando entender, porque algumas pessoas são orgulhosas ao ponto de querer guardar uma coisa, que não pode e não deve ser guardada. Algo grande, que afeta várias pessoas ao seu redor.
Os orgulhosos, não pensam nas consequências que estão quase estourando.
Não se colocam no lugar dos outros, os quais possivelmente serão afetados pela escolha ruim, que ele estará prestes a fazer.
Um sentimento camuflado. Uma dor mascarada, convertida em um coração frio, duro, sem reação alguma. Tudo isso cria uma pessoa má. Uma pessoa ruim, que machuca a si mesma, e muito mais aos outros, que caem em sua lábia fácil e harmoniosa. Sagacidade que depois se converterá em esquecimento, medo, disfarce, coração partido.
Isso assola uma vida toda, um coração que antes era são, sadio.
Arruina uma época, um amor, um sentimento. Um sentimento bonito, que depois vira um particular filme de terror. A única diferença, é que o filme não passa de uma ilusão de pouco mais de uma hora e meia. O coração partido, o sentimento encoberto, a fala engolida, são mais longos, mais duradouros, mais marcantes, mais lancinantes.

11 de junho de 2010

'E eu sou um pouco do seu céu, então.'

Em meio a uma conversa, sobre futuro, casamento, filhos, família, estava um casal de namorados, de mãos dadas andando pelo parque.
Augusto, esperava o momento para contar o que julgava o fim, fim de tudo. Camila, por outro lado, estava nas nuvens, e não imaginava o que estava por vir.
Algo se passou pela cabeça do garoto e ele segurou as mãos de Camila e a fez parar. Ela parou, e ele a fitou com o olhar que parece uma eternidade.
-Eu tenho uma coisa pra te contar Camila.
-Fala logo Guto, quando me chama de Camila, eu fico assustada.
-Eu fiz um exame essa semana...
-Que exame?
-Um exame... de AIDS.
-Augusto ! Como assim, fez um exame de AIDS?
-E, deu positivo.
-MEU DEUS DIVINO, Augusto, sua mãe sabe disso?
-Sim, ela disse que me pai... huum, meu pai também tinha, mas depois que contou para ela quando estava grávida de mim, ele foi embora. Por isso fiz o exame. E por isso não contei para você. Porque 'tava' com medo da sua reação.
-Augusto, essa notícia veio como uma bomba, tu me fala isso do nada. De repente, tu me disse que tinha só AIDS.
-Eu sei, pode deixar que eu te esqueço, pode ir embora, eu não vou ficar triste. Mesmo, te amo o bastante, para querer que você vá embora, e não olhe para trás. Vou te fazer sofrer, muito.
-Guto, eu te amo. Te amo de verdade. Essa doença, só prova que eu vou ficar você sempre. Vou estar sempre do seu lado. Pode ter certeza disso.
-MAS EU NÃO QUERO, QUE VOCÊ ME VEJA MORRENDO. QUE VOCÊ VIVA POR MIM. QUE VOCÊ FIQUE PRESA A MIM, QUANDO EU ESTIVER MAL.
-Eu vou estar presa a você para sempre. Eu estou ligada a você Augusto! Lembra quando falávamos que o nosso coração tem uma corrente que liga um ao outro, fechado com um cadeado? Eu falava sério. Nada vai me separar de ti. Nem isso.
-Você vai sofrer. Você vai me ver sofrer, e eu não quero isso para ti. Eu te amo o suficiente para te deixar livre Mila. Eu te amo o suficiente para saber que a vida que eu vou ter de agora em diante, não vai ser boa para você, muito menos para mim. Não é o que eu quero para mim, e, no momento, você é a única que eu tenho certeza que eu quero fora disso.
-Eu vou lutar até o seu último suspiro, e te provar sempre, sempre Augusto, todo o dia que você levantar, que por mais que a doença esteja contigo, não é ela que vai te levar para baixo, e baixo e baixo. É você mesmo. E agora, me falando isso é o começo da sua queda. Olhe o que aconteceu com o seu pai. Ele foi embora deixou sua mãe com você. Todos que com certeza amavam ele. E morreu.
Eu não quero que isso aconteça com você. Te amo o suficiente para lutar por isso, com você.
-Mila, eu-não-esperava-essa-reação...
Augusto falou entre suspiros, e em meio ao choro.
-...eu pensei, que você iria jogar a aliança no chão, e ir embora. No momento em que eu te disesse que eu tenho AIDS.
-Eu te amo, como eu nunca amei ninguém. A notícia, foi uma bomba, estou sendo sincera. Não vou agir, como se não cambaleei no momento que você disse isso. Não deu nem tempo de eu ter reação. Mas você é meu namorado, e possivelmente o amor da minha vida. E por mais que você diga para mim sua vida inteira, que você é um peso em minha vida. Eu vou dizer para você que você me coloca no chão. E eu sou um pouco do seu céu, então. Ficamos no meio termo. Todas as vezes que você disser que quer que eu vá embora e te esqueça, eu vou te lembrar que amor verdadeiro não desiste de algo. Nunca. Se você viajar, for tratar de sua doença ou morar em outro lugar. Se você fugir de mim. Se você ficar o tempo que for sem falar comigo. Eu ainda assim vou te amar. Sei disso. E essa é a escolha que eu tomo para a minha vida. Ter meu coração preso ao seu sempre. Até a eternidade.


Pauta para Sílaba Tônica.
3a edição. Texto com imagem.


em clima de dia dos namorados.

O amor verdadeiro não acaba. Ele simplesmente é para sempre. Supera distância, tempo, espaço. Porque o amor não liga para o relógio, não liga para quantos quilômetros os dois corações estão um distante do outro. Um amor verdadeiro, é o que liga uma alma a outra, pela vida inteira, até o dia de sua morte, ou quem sabe quebra a barreira da morte, e existe apenas para sempre.
O mundo fala em amor. Um menino tenta conquistar uma menina dizendo que a ama. Uma menina diz que ama sua bolsa.
Essas três hipóteses são tão utópicas, estúpidas e fúteis, e penso que o mundo não irá nunca para frente com esses divagações.
Em primeiro lugar, o mundo não é feito de amor, quem sabe um dia de paz, mas amor, nunca. O amor é pessoal, e relativamente pequeno, para elevá-lo ao mundo todo. Não porque eu não queira, e esteja fazendo apologia as guerras, muito pelo contrário. O mundo precisa de paz, não amor. Na história da humanidade, muitas lutas, e afrontas foram geradas pelo amor. Amor fanático, amor platônico. Mas sempre amor.
Na segunda suposição, o menino não ama a garota. Ele só faz isso para conquistá-la. Ele ama uma por semana. Se apaixona a cada mês. E isso não é amor. o amor, é muito mais do que palavras ou atos. É uma vida toda. É uma coisa construída, dia a dia, por épocas. Não é uma palavra que vai demonstrar o quanto você vai lutar, e lutar, e nunca desistir por alguém.
Você vai sentir isso, quando possuí-lo.
Em terceiro lugar. O ser humano, é acostumado a amar coisas, objetos, os quais poderíamos, muito bem viver sem.
Mas não amam o próximo, não amam sua família, não amam eles mesmos. Estão vidrados em coisas materiais e esquecem que o que os move é o sentimento.
E, digo, que na humilde opinião que possuo hoje, e ela poderá mudar com o tempo, que o amor verdadeiro está se esvaindo, sumindo pouco a pouco do mundo.
Hoje se vê poucas pessoas lutando por um sentimento. Lutando contra os impasses que a vida nos coloca na face para conservar o amor.
Hoje se vê poucas pessoas casadas até a morte. Esse sentimento vem se perdendo ao longo dos séculos, e milênios.
O amor é enternecedor, são séries de sentimentos, ligados em um só, formando uma coisa perfeita. Que possivelmente , nem a morte é capaz de separar.