No mesmo instante, em outro ponto da cidade, uma menina magrinha, fraquinha, se lastimava, porque cobiçava ter mais peso.
Uma loira com cabelo liso, gostaria de ter cabelos castanhos escuros e ondulados, enquanto uma mulher de cabelos encaracolados e pretos, gostaria de ter cabelos claros e lisos.
Um se lamenta aqui, por não ser o que deseja, outro se lamenta lá por não ter o que quer. Enquanto isso a vida passa, na velocidade da luz por nossos olhos.
Temos muito mais tempo para lamuriar o que não somos, e o que não temos, mas pouco para olharmos para o nosso umbiguinho e vermos que temos 2 braços, 2 pernas, pensamos, andamos, comemos e estamos saudáveis, enquanto muitos por ai, não tem braço, perna, ou não andam, são alimentados por sondas, e ainda assim acham a vida um dom de Deus.
Parando para pensar, vemos que nos queixamos por muito, muito pouco, enquanto os que poderiam se queixar, aprendem a ver a vida por um novo ponto de vista, por uma nova perspectiva.
Escutando o que essas pessoas com deficiência, seja ela qual for, tem a dizer, aprendemos que a vida é muito mais do que um cabelo ruim ou uma gordurinha a mais. Aprendemos a nos satisfazer com a nossa cor de olho ou o nosso tamanho, e que essas queixas, perante a dor ou ao sofrimento dessas pessoas, são minúsculas, e podem ser esquecidas, enquanto elas aprendem a conviver com esse tipo de problema, e sabem que lamentos não mudarão nada.
Aprendem a viver a vida, de sua maneira, uma maneira diferente, mas não menos especial e normal do que a dos demais.
Por isso penso que, com tanta modernidade que hoje a humanidade possui, a acessibilidade aos deficientes deveria ser maior.
Acessibilidade a tudo, nas escolas, nos restaurantes, nos semáforos, nas ruas e calçadas. E muito mais que isso, deveriamos instruir a todos, que por mais diferentes que essas pessoas possam parecer, elas são pessoas iguais a todos, e muito melhores que alguns tachados de 'normais' por ai.
Possuem muito mais lições para ensinar, do que pessoas que ficam o dia inteiro vidrados em telas de computadores ou assistindo besteiras na TV.
São pessoas que como nós, constituem a humanidade e o futuro do mundo, e deveriam com toda a certeza, ser vistos com outros olhos, olhos de admiração, olhos de respeito, por que eles merecem isso.
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